domingo, 21 de março de 2010

Bomba relógio

Já se provou que todos derivamos de uma única raça, já se adota a expressão condição sexual ao invés de opção sexual e até existem pesquisas mostrando que o universo é finito. Mas, desde que a humanidade se reconhece como tal, a intolerância se faz presente em, para não dizer todos, muitos momentos do cotidiano.
E não se precisa ir muito longe para achar provas, basta analisar nas escrituras sagradas a situação passada pela adultera que há quase dois mil anos, ao ser descoberta, quase foi apedrejada.
Seria diferente hoje? O terror narrado pela Folha de São Paulo na época do índio e da garota de programa que quase foram queimados vivos atestam que não. Na verdade, só mostram que a sociedade, mesmo passando por inúmeros avanços tecnológicos e descobrindo vacinas de uma série de doenças, ainda não descobriu uma para a intolerância.
Pelo simples fato de que não existe uma fórmula mágica para que ela desapareça, ela não vai se extinguir por decreto. Até porque, não foi moldada de uma hora para outra, pelo contrário, foi se consolidando através de exemplos que se arrastaram: a brincadeira sem graça com os colegas, a piada preconceituosa do pai aos amigos e até mesmo exemplos de uma sociedade que viveu a milhares de anos.
Enquanto a massa não for conscientizada e a educação só se basear em conceitos como teorema de Pitágoras ou normas conjugativas de verbos e ignorar a necessidade da implantação de conceitos que priorizem, por exemplo, a cultura ecumênica ou a convivência cidadã — diferente daquela em que se aprende apenas os direitos e deveres. Estaremos criando uma bomba-relógio, por hora desativada, mas com um forte poder destrutivo, caso alguém arranhe a crença de quem as possui.

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