Até admito que todos possuem uma jeito de mostrar seu mundo.
Mas o que sai pela sua janela, amor, é formidável.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
Sala de espera
Na boca, o silêncio da demora. Nas mãos, a revista folheada e não lida, a receita e a péssima caligrafia medical, e o café, quando se tem, para esquentar a ansiedade.
domingo, 11 de julho de 2010
O coração, as lagrimas e a valsa.
"Hoje, domingo, 11 de julho de 2010, exatamente as 6:13 da manhã, o sr. Messias Cavalcante, por não aguentar uma parada cardíaca, encerrou sua conta existencial terrena".
E também hoje, no enterro, percebi que quando as pessoas buscam inspiração para seus dilemas, geralmente olham para cima, cavando, em seus problemas, a solução. Mas naquele lugar não existia céu, nem chave para o que motivara o velório. Existia, porém, o chão para enterrar, não só o corpo, mas a verdade que acontecia. Isso explica todos os olhares e pés se encontrando, buscando no piso, buraco para esconder a dor. Apesar de querer, não era algo que precisasse de respostas, apenas acontecera e pronto, aconteceu.
Não sei se o rosto aflito, responsável pela maior parte das expressões, cedeu lugar a outros membros, outros órgãos; ou se ambos estiveram se ajudando multuamente, mas o fato é que as mãos falavam por si, as pernas gritavam um dó maior e os corações, pareciam bumbos. Só depois fui entender a canção: O cérebro, aceitando a trajetória finita daquele corpo, tentava ensinar ao coração que a saudade é um tipo de egoísmo. E o coração replicava, argumentando que egoísmo é não sentir nada. Não aprendeu aquela lição, não tão cedo.
E também hoje, no enterro, percebi que quando as pessoas buscam inspiração para seus dilemas, geralmente olham para cima, cavando, em seus problemas, a solução. Mas naquele lugar não existia céu, nem chave para o que motivara o velório. Existia, porém, o chão para enterrar, não só o corpo, mas a verdade que acontecia. Isso explica todos os olhares e pés se encontrando, buscando no piso, buraco para esconder a dor. Apesar de querer, não era algo que precisasse de respostas, apenas acontecera e pronto, aconteceu.
Não sei se o rosto aflito, responsável pela maior parte das expressões, cedeu lugar a outros membros, outros órgãos; ou se ambos estiveram se ajudando multuamente, mas o fato é que as mãos falavam por si, as pernas gritavam um dó maior e os corações, pareciam bumbos. Só depois fui entender a canção: O cérebro, aceitando a trajetória finita daquele corpo, tentava ensinar ao coração que a saudade é um tipo de egoísmo. E o coração replicava, argumentando que egoísmo é não sentir nada. Não aprendeu aquela lição, não tão cedo.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
O Assobiador
A música, que pelo ouvido vem,
pelo véu da boca vai,
chorando nos dentes, as notas
e fazendo do vento, som.
E, por mais desafinado que seja,
ainda sim, é melhor que o nada.
Afinal, ritmo é sinônimo de tédio
para uma vida de vários tons.
pelo véu da boca vai,
chorando nos dentes, as notas
e fazendo do vento, som.
E, por mais desafinado que seja,
ainda sim, é melhor que o nada.
Afinal, ritmo é sinônimo de tédio
para uma vida de vários tons.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Antes, minhas palavras nasciam molhadas de tinta.
Hoje, se nascem, morrem afogadas nos pixels.
Vez ou outra, encontro uma ou duas carcaças,
retiro-as e jogo no papel.
Quero meus moldes, minha caligrafia,
pra assim, quem sabe, fazê-las poesia novamente.
Hoje, se nascem, morrem afogadas nos pixels.
Vez ou outra, encontro uma ou duas carcaças,
retiro-as e jogo no papel.
Quero meus moldes, minha caligrafia,
pra assim, quem sabe, fazê-las poesia novamente.
sábado, 3 de julho de 2010
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