terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Às palavras órfãs.
Não é só escrever e pronto, saiu. As palavras não amadurecem sozinhas e as frases não brotam do dia para a noite, pelo contrário, precisam de cuidado e paciência na poda. As melhores, precisam de um tempo na gaveta em banho maria de tinteiro. Vez ou outra, retiro-as, acrescendo uma ou duas vírgulas, faço algumas inversões, adubo. Então, olho bem, analiso sua forma, estética, seus códigos e quando percebo que já estão crescidas e calejadas, as apresento ao mundo. Algumas voltam, cabisbaixas; outras, pelo sucesso de suas construções, nem sequer se lembram que já tiveram pai.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Faixa de pedestre
Lá em cima o boneco verde começou a brilhar, quer dizer que chegou a hora de pular nas listras brancas daquela zebra enorme, entre uma calçada e outra, que os homens insistem em ignorar.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Letras
Não estudo por que as letras, mapas e fórmulas me atraem, todavia por ver, ainda que turvamente, um futuro melhor a cada página virada. Estudar abre soluções.
Segredinho
São Paulo, vou te contar um segredo. Tenho acordado com vontade de saborear ar puro e dormido, quando durmo, com a boca amarga.
O cabideiro
Essa roupa suja, velha e usada não serve mais. Preciso devolver 2010 para o cabide e lembrar, ainda que em alguma gaveta escondida, onde diabos guardei 2011. E tirar. E usar.
Ferrugem
Perdi a conta desses sábados que tem mais cara de segunda que a própria segunda. Não descansar corroi! E meu corpo pede brisa de domingo com cara de feriado na segunda.
Gastrite
Quando esses personagens da Globo têm essa repentina vontade de filosofar sobre liberdade, sinto minha gastrite dar sinal de vida.
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