segunda-feira, 31 de maio de 2010

Recado à aulas matinais

Sentada logo alí, me faz ouvir suas respostas de física.
E o riso bobo das comédias alheias do momento.
Sabe, até mesmo a raiva por errar química soa bem,
me chamando a atenção em para qualquer movimento.

Como não notá-la se seus traços são recheados de cálculos?
parecem ritmicamente planejados, montados.
Sendo até o pegar de uma borracha algo pensado
e o levantar, no intervalo, uma dança ensaiada.

E ela é assim.

Eu tento não olhar, não quero, não, quero sim,
mas não quero parecer suspeito,
não quero tirar a graça e a expontaniedade do seu sorriso,
quero que ainda ache graça na minha piada matinal
e que não se feche por achar que eu quero mais que o lápis emprestado
e a resposta de literatura da semana passada.

Quero continuar assim, na espreita.
Prefiro te sonhar do que tentar te ter
e perder a sutileza da expressão.
Prefiro te analisar de longe
do que te afastar de vez
ao te faze perceber que enquanto todos
querem só um esboço da sua companhia,
por te querer em arte final, sou eu, a excessão.

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